Pesquisadora resolveu um problema proposto por Johannes Kepler em 1611
A Ucrânia acaba de vencer mais uma batalha, dessa vez no campo intelectual. Na terça-feira 5, quatro matemáticos receberam uma das maiores honrarias da ciência, a prestigiosa Medalha Fields, considerada o Nobel da disciplina, entre os quais a ucraniana Maryna Viazovska, 37 anos.
Professora e pesquisadora da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, Viazovska, nascida e criada em Kiev, é a segunda mulher em toda a história a receber o prêmio desde sua criação, em 1936. A primeira a quebrar a hegemonia masculina foi a iraniana Maryam Mirzakhan, em 2014.
A láurea é concedida de quatro em quatro anos a jovens expoentes da área, com até 40 anos, que foram capazes de “feitos extraordinários”. No caso de Viazovska, a façanha foi resolver um problema geométrico secular, no qual demonstrou o método mais eficiente de alocar esferas idênticas em um determinado espaço já descoberto.: em outras dimensões.
Problema secular
O “problema de empacotamento de esferas”, ou Conjectura de Kepler, foi levantado em 1611 pelo notório astrônomo alemão Johannes Kepler, que se propôs a descobrir como as balas de canhão deveriam ser empilhadas para obter a solução mais adequada possível.
Conta a lenda que a dúvida surgiu quando um capitão de navio perguntou a um matemático qual a melhor forma de armazenar balas de canhão numa embarcação. A indagação teria chegado ao conhecimento de Kepler, que, além de estudar os astros, se interessava por problemas de medição de volumes de líquidos e por outras questões da física.
Mas, afinal, qual a melhor maneira de empilhar esferas? A pergunta, aparentemente tão banal, atormentou os matemáticos há cinco séculos.
Kepler tentou respondê-la e concluiu que o empilhamento usual de pirâmides era a melhor forma — ou, em termos científicos, a maneira mais densa, que deixa menos espaço entre as esferas — para organizá-las, preenchendo pouco menos de 75% do espaço disponível. Porém, ele morreu sem conseguir provar que estava certo.
Desde então, várias outras mentes brilhantes tentaram decifrar o mistério, mas ninguém tinha conseguido de forma definitiva, até agora.
Viazovska encontrou a resposta não em três dimensões, mas em oito dimensões. Assim, conseguiu preencher da maneira mais eficiente possível, pelo menos até o momento, uma estrutura de empacotamento.
“Para três dimensões, a estrutura piramidal é a solução mais ideal . Mas, nós, matemáticos podemos ir além, para quantas dimensões quisermos, na nossa busca pela melhor resposta”, disse a ucraniana.
Os outros vencedores deste ano foram: James Maynard, 35 anos, da Universidade de Oxford, na Inglaterra; Hugo Duminil-Copin, 36 anos, da Universidade de Geneva, na Suíça; e June Huh, 39 anos, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
Fonte: R7 – Revista Oeste Foto: Canva
Américas No Ar – 01/08/22 – Governo retoma construção do muro na fronteira | Incêndio na California
Governo retoma construção do muro na fronteira | Incêndio na California Acompanhe o Américas No Ar de segunda a sexta, [...]
Manifestações elevam as tensões entre Sérvia e Kosovo
Novas regras de imigração anunciadas por Kosovo irritaram os sérvios que vivem no país Uma disputa sobre regras de imigração [...]
Varíola dos macacos: Nova Iorque declara estado de emergência
Um em cada quatro casos da doença nos Estados Unidos foram registrados no Estado A governadora do Estado de Nova [...]