Segundo a Polícia Federal, o maior cliente da quadrilha era o Major Carvalho, um dos principais traficantes procurados pela Interpol
A Polícia Federal desmontou parte de uma organização criminosa responsável por clonar lacres de contêineres. Eles eram usados no tráfico internacional de cocaína. Um dos maiores clientes deste escritório do crime era Sergio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho, um dos principais traficantes internacionais de drogas, que é procurado pela Interpol
O esquema de clonagem era feito de uma forma bem caseira em uma sala. Os criminosos copiavam os códigos dos lacres para poder violar containers e, dentro deles, colocar drogas, sem despertar nenhuma suspeita.
O esquema de tráfico internacional de drogas foi descoberto na Operação Kamino da Polícia Federal, que é um braço de uma grande investigação da PF que começou em 2020. Os policiais cruzaram as informações e chegaram onde eram fabricados os lacres falsos. A polícia descobriu que os criminosos entravam com caminhões carregados de drogas no porto de Paranaguá, no paraná.
Matheus Riekes de Rezende, delegado da PF e responsável pela operação, explicou à Record TV que as organizações criminosas sabiam qual era a localização exata contêiner no pátio do porto.
“A partir de caminhoneiros que eram integrantes da organização criminosa e de funcionários do porto que eram corrompidos, que trabalhavam no pátio, a droga era ingressada no terminal portuário dentro da cabine do caminhão”, disse. “O caminhão desviava incialmente da rota programada, se aproximava do contêiner de interesse da organização criminosa e ali era rompido o lacre original com a numeração original.”
Depois de fechado com o lacre falso, mas com a numeração original, o container, era enviado para várias partes do mundo, principalmente a Europa. Sem levantar suspeitas para a carga colocada dentro dele. Desta forma, em um ano e meio de investigação, a polícia acredita que eles conseguiram enviar mais de quatro toneladas de drogas para fora do Brasil.
“O contêiner quando entra no canal portuário ele passa por um scanner com alta tecnologia, monitorada pelos funcionários e pela Receita Federal”, disse Rezende.
“Quando não tem nenhuma carga suspeita, ele já é considerado fiscalizado. Então, as quadrilhas esperavam que eles passassem pelo scanner e depois, que ele já tivesse pré-desembarcando o navio, era feita essa contaminação com a violação do lacre original e a colocação do segundo lacre falsificado idêntico.”
Durante as buscas foram apreendidos lacres de containers, materiais para falsificação, como lixas, ácidos e telas de serigrafia. Os criminosos também atuavam na adulteração de chassis e placas de veículos. Uma pessoa foi presa em flagrante.
Esses traficantes são apontados pela PF como integrantes do grupo criminoso liderado por Sérgio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho. Eles falsificam lacres de containers para enviar cocaína a outros países.
O Major Carvalho, é um dos principais traficantes internacionais de drogas. Ele está foragido e é procurado pela Interpol. Major Carvalho é acusado de introduzir na Europa mais de 45 toneladas de cocaína por ano. Agora com o material apreendido na Operação Kamino, a polícia espera encontrar pistas dele e de outros criminosos.
“As investigações continuam, mas para saber até que ponto conseguimos ter maiores esclarecimentos, quem são os outros envolvidos, quais são os outros portos que a quadrilha atua, por qual período exatamente a quadrilha atuou”, afirmou o delegado da PF. “A intenção da polícia federal é não parar as investigações e dar sequência para que seja desmantelada toda a organização criminosa.”
Fonte: R7 – Record TV Foto: REPRODUÇÃO
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