Trump foi declarado vencedor poucas horas depois do fechamento das urnas
Mais uma surpresa na eleição americana. Veículos de credibilidade como o The New York Times e a BBC morderam a língua, no jargão jornalístico. Na meia-noite do dia da eleição, o NYT ainda apostava na vitória da candidata democrata Kamala Harris. No dia seguinte, a BBC clamava que a disputa entre os dois candidatos era pescoço a pescoço, usando uma expressão inglesa.
A vitória acabou nas mãos do republicano Donald Trump. As pesquisas erraram. E não é a primeira vez: a derrota do democrata Harry S. Truman foi publicada em primeira página do Chicago Tribune em 1948 e ele ganhou a eleição.
Para a eleição entre Trump e Harris, as mídias nacional e internacional proclamavam também que o resultado final só seria conhecido dias depois, talvez até semanas depois.
Onde nós jornalistas erramos? Olhamos para trás e não para o presente. No passado, de fato a contagem dos votos impressos, enviados ou não pelo correio, levava tempo. Mas a vida política e econômica nos Estados Unidos é dinâmica como em nenhum outro país.
Os apuradores se lembraram da vitória de Joe Biden sobre Donald Trump e como a contagem demorada e modorrenta dos votos contribuiu para manifestações violentas como a invasão do Capitólio por vândalos inconformados com a vitória do democrata. Por isso, também, era preciso acelerar a contagem.
Uma apuração rápida contribui também para diminuir as especulações de toda ordem no mercado financeiro, como a valorização do dólar e do bitcoin e os estragos nas bolsas de valores de todo mundo.
Então é acelerar. É iniciar a apuração imediatamente depois do fechamento das urnas, com a convocação de um maior número de voluntários e a utilização de tecnologia, ainda que as tais maquininhas não tenham chegado até a terra do Tio Sam.
É uma visão pragmática e decisiva. E não deu outra. O esforço conjunto de pessoas e tecnologia provocou um novo recorde nos Estados Unidos. Nunca uma apuração foi tão rápida como a última.
É verdade que não se aproxima da celeridade da nossa, mas é aceitável. Quem sabe se na próxima importem nossa tecnologia como fez a Venezuela…
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