A medida se aplica aos menores de idade, incluindo os bebês
Com uma política de “covid zero”, a China está enfrentando protestos públicos depois de radicalizar e decidir separar as crianças com covid-19 dos pais não infectados. A medida se aplica aos menores de idade, incluindo os bebês.
As autoridades de Xangai citam diretrizes nacionais de controle de vírus para manter a decisão polêmica. Apenas os pais infectados poderão ficar ao lado dos filhos. Na China, qualquer pessoa que testa positivo para covid-19, mesmo que esteja assintomática ou apresente uma infecção leve, precisa ficar isolada dos não infectados.
O anúncio, em uma entrevista coletiva na segunda-feira 4, seguiu-se a dias de fúria on-line e acusações de que a resposta das autoridades ao vírus foi pior do que o próprio vírus.
A capital econômica da China está enfrentando seu pior surto desde o início da pandemia, tendo registrado mais de 70 mil casos desde que a variante Ômicron começou a invadir a cidade no mês passado.
Enquanto as autoridades corriam para conter o vírus, fotos e vídeos começaram a circular no fim de semana de crianças chorando em um hospital de Xangai. Algumas fotos mostraram várias crianças compartilhando um berço, no que parecia ser um corredor do hospital. Mesmo os pais que também testaram positivo relataram não poder ver seus filhos internados.
O hospital, o Centro Clínico de Saúde Pública de Xangai, emitiu mais tarde um comunicado confirmando que as fotos eram reais, embora contestasse que mostrassem uma instalação de isolamento infantil.
Na segunda-feira, as autoridades da cidade abordaram mais diretamente a questão, em que, segundo elas, todos estão prestando atenção.
“Esclarecemos que, se os pais também derem positivo, eles podem ficar no mesmo lugar que seus filhos, para acompanhá-los e cuidar deles, e receber observação e tratamento juntos”, disse Wu Qianyu, oficial de saúde de Xangai. Essas famílias serão enviadas para instalações centralizadas de isolamento, acrescentou.
Ontem, um meio de comunicação estatal publicou fotos de um hospital improvisado montado no Shanghai New International Expo Center, com uma ala dedicada especificamente ao tratamento de crianças e seus parentes que testaram positivo.
Sem exceção
Ainda assim, as autoridades não cederam à prática de separar as crianças dos pais não infectados. Wu Qianyu, a autoridade de saúde, disse a repórteres que as diretrizes nacionais de tratamento estabeleciam que os pacientes infectados fossem separados daqueles não infectados.
Como resultado, crianças menores de 7 anos cujos pais “não atendessem aos requisitos de acompanhamento” seriam tratadas em centros de saúde públicos, disse ela. As crianças mais velhas seriam enviadas para instalações de isolamento centralizadas.
Protestos nas redes sociais
Na plataforma de mídia social chinesa Weibo (similar ao Twitter), muitos usuários não ficaram satisfeitos. Sob a hashtag “Comissão de saúde de Xangai responde a como as crianças infectadas são tratadas”, que foi vista mais de 80 milhões de vezes, os comentaristas pediram aos formuladores de políticas que fossem mais compassivos e observaram que os membros da equipe médica não eram necessariamente treinados para cuidar das crianças.
Depois de várias semanas de confinamentos específicos de complexos residenciais, Xangai decretou nos últimos dias confinamentos estritos na parte leste e depois na parte oeste da cidade. O confinamento deveria terminar nesta terça-feira, mas será prolongado devido ao aumento de casos.
Fonte: R7 – Revista Oeste Foto: Reprodução/Redes Sociais
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