A Disney demitiu Bob Chapek, diretor-presidente da empresa nos últimos dois anos e responsável por implantar, na programação e na política de recursos humanos, políticas de ideologia de gênero e cotas raciais.
A demissão foi anunciada no domingo 20 pela presidente do conselho de administração da Disney, Susan Arnold. No mesmo comunicado, ela informou que Bob Iger passa ao comando da empresa — ele já tinha sido o diretor-presidente do conglomerado por 15 anos, até 2020.
Chapek, 62 anos, foi diretor-presidente do grupo durante dois anos, período no qual Wall Street expressou preocupação com o aumento de gastos da empresa. As ações da Disney registraram queda de 41% neste ano.
Segundo o comunicado, o conselho de administração decidiu que, à medida que a empresa “embarca em um período cada vez mais complexo de transformação da indústria, Bob Iger está em uma posição única para liderar”. Iger, enquanto esteve no comando da empresa, aumentou em cinco vezes a capitalização de mercado do grupo.
Foi nesses 15 anos de Iger que a empresa adquiriu Pixar, Marvel, Lucasfilm e 21st Century Fox e lançou os serviços de streaming Disney+ e ESPN+.
O jornalista Christopher Rufo, membro do Manhattan Institute, disse, em publicação no Twitter, em decorrência da “luta desastrosa” de Chapek com o governador da Flórida, Ron DeSantis, “o crescimento de assinantes domésticos do Disney+ entrou em colapso, a aprovação do público caiu e o preço das ações despencou”, escreveu. Para ele, a demissão de Chapek é uma “enorme repreensão à política dos woke”.
“Outras causas contribuíram (economia, saturação de streaming), mas o tempo sugere que eles pagaram um preço pela luta de DeSantis”, político conservador que conseguiu expressiva vitória na campanha de reeleição, neste mês.
Foi o próprio Iger que indicou Chapek como seu substituto em 2020, mas o relacionamento entre os dois ficou tenso nos últimos meses. “Estou profundamente honrado por ser convidado a liderar novamente esta equipe extraordinária”, afirmou Iger.